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Esportes

Canário Abandonado

06/01/2011 às 15:01

O Nacional de Patos, representante paraibano na Copa São Paulo de Futebol Júnior, está jogado a própria sorte. O “canário sertanejo foi abandonado” É assim que se encontra o alviverde patoense no Estado de São Paulo como legítimo clube do Estado da Paraíba na maior competição reveladora de craques para o futebol brasileiro e internacional.

Antes da viagem, em plena política partidária, envolvendo personalidades nas mais variadas ambições de cargos, o Naça era todo afago e promessas de solidariedade em todos os sentidos: dinheiro, prestigio, facilidades, acomodações, conforto, foram ofertas ao time patoense nos seus preparativos para a viagem até a capital paulista.

O presidente Ivan, um dos mais entusiastas com o desempenho alcançado pelo clube quando da conquista do titulo paraibano que lhe deu direito a vaga na Copa São Paulo, acreditou demais e “deu com os burros n água”. Ficou de mãos vazias correndo atrás das promessas e os “santos não apareceram”. Nem a Federação Paraibana de Futebol socorreu seu filiado deixando-o a mercê da própria sorte.

 Adamastor Chaves

Foram “madrastas” com o Nacional. Nem mesmo os políticos patoenses, os que se dizem verdadeiros representantes do povo, se associaram ao comando nacionalino nas soluções dos problemas. Se afastaram de vez. Ninguém procurou, ou mandou recado, para o Sr. Ivan, presidente do Nacional. O “Canário do Sertão”, orgulho do povo patoense, do sertanejo das Espinharas “passou batido”.

Viagem de avião, ida e volta para São Paulo, foi prometida no início da campanha política. Depois caiu para ônibus. Nem isso apareceu. Não fossem campanhas localizadas na cidade, promovidas por associados do clube, pessoas comuns, parte do comercio, torcedores e alguns cronistas esportivos que se empenharam em salvaguardar o nome do futebol patoense, do Nacional, a coisa teria sido muito pior com a ausência do clube na competição. Se isso acontece, a FPP seria a primeira a recriminar, punir, execrar o clube ao invés de intervir com ajuda, apoio e incentivo.

Depois de quase três dias e viagem – saiu dia 1º de janeiro e chegou dia 3 - para estrear dia 5, obviamente que os atletas nacionalinos estariam em campo cansados, enfadados da viagem, despreparados fisicamente, e não poderiam render o esperado, não por sua culpa, mas pelo desprezo que lhe foi dado pelas autoridades públicas, políticas do Estado e pela “mão fechada” da Federação Paraibana abandonando seu filiado na hora que mais precisava. Mas o clube está lá, competindo, procurando honrar o nome de quem lhe desprezou. Resultado é conseqüência.

Na verdade o Nacional não fez uma boa estréia, porém mostrou valores. Dois atletas interessam ao Cruzeiro, o time estrelado das Minas Gerais: o goleiro Gefferson e o meia Beba. Os dois estarão sendo observados até o final da competição e isso já alimenta esperança de, pelo menos, mostrar ao mundo esportivo que Patos existe e que a Paraíba, mesmo as autoridades constituídas do Estado e do Município de Patos não oferecendo nenhuma ajuda logística, o “Canário” está vivo, presente, e voando nos céus de São Paulo em busca do seu lugar no mundo esportivo

Parabéns nacionalinos, não pelos resultados, que são conseqüências, mas pela bravura em cumprir com o compromisso assumido sem ajuda política do Estado e do Município, embora prometidas, e o desconforto de saber que poucos acreditavam na presença patoense no maior certame interclubes amadores realizado no mundo. Parabéns pela coragem de fazer, contrariando interesses de terceiros. Transmita, Ivan, se possível, a todos que compõem a delegação em São Paulo, a minha simples solidariedade.

 

Por: Adamastor Chaves_Cronista Esportivo

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